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por Gilson Luiz da Cunha
Hoje, excepcionalmente, eu gostaria de falar um pouco sobre Renato Canini. Foi com tristeza que recebi, na última quinta-feira, a notícia de seu falecimento. Não é apenas um mestre dos quadrinhos que se despede. Também há o ser humano, que deixa uma enorme saudade entre seus familiares, amigos e fãs.
Tive o privilégio de papear rapidamente com ele em julho passado, durante a Multiverso Comic Con 2013, em Porto Alegre. Se ele quisesse, poderia dar uma de Stan Lee e cobrar U$400,00 para tirar uma foto com um fã. Mas que nada! Ele pacientemente aguentava aquela maratona de entrevistas e pedidos de fãs para tirar fotos e autografar gibis, com extraordinária gentileza, humildade e bom humor, mesmo naquele gelado fim de semana de início de inverno. Sim, logo ele, que bem poderia comparecer ao evento em sua homenagem e cair fora logo depois. Lembro do comentário de Canini para um fã, quando este pediu uma foto: "Mas por que é que tu queres tirar uma foto com esse velho, guri?",brincava ele, sempre modesto, sempre cordial, um verdadeiro gentleman.
Por outro lado, me consola lembrar que ele deixa este mudo como uma lenda em vida. Quantos profissionais podem dizer que possuem um troféu com o seu nome? Bem, ele podia. O troféu HQMix 2006, para os melhores do ano no quadrinho nacional chamava-se, justamente, Renato Canini e trazia a efígie de Kactus Kid, o atrapalhado caubói criado por ele para a antológica revista Crás, cunhada num "dólar furado".
Veja abaixo a imagem do troféu. Frente e verso (ou herói e alter-ego).
1° versão, turista americano |
Canini, transformou o Zé em Carioca. |
Eu podia escrever muitas páginas sobre como foi crescer lendo Canini. Por ora, tudo o que desejo é agradecer pelos momentos de alegria e diversão que ele legou a gerações de leitores. Obrigado, mestre. Sua arte viverá em nossos corações, do mesmo modo que sua figura humana viverá nos corações daqueles que tiveram a hora e o privilégio de conhecê-lo. Meus sinceros pêsames à Dona Maria de Lourdes e seus familiares. Um grande caro leitor e até.
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PS: Abaixo uma ótima dica de livro.
Uma morte lamentável mesmo. Ótimo texto!
ResponderExcluirLi muitas histórias do Zé Carioca deste artista, antes da Marvel. Mestre.
ResponderExcluirCresci lendo quadrinhos do Zé. Era meu ídolo muito antes de qualquer super-herói.
ResponderExcluirÓtimo texto... parabéns Vargas!
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