Olá Pessoal, sejam
bem-vindos a coluna Estratégia em Estudo! Eu sou o Sergio Menna, e através
desta coluna vou debater decks e estratégias de Battle Scenes, usando exemplos
enviados por vocês leitores e discutindo passo a passo a função de cada card no
deck e as possibilidades (ah, as possibilidades...).
Como o texto
vai acabar sendo um pouco longo, farei um breve resumo ao final dos parágrafos
importantes e farei um apanhado geral no final.
Então, eu
começo apresentando a vocês o Pacifista v5.
Essa é a
versão mais atual do deck com o qual eu jogo a Liga BS aqui em Porto Alegre.
Até o presente momento, ele me ajudou a vencer cinco partidas e perdeu apenas
uma (minha segunda derrota na liga foi jogando com um baralho experimental com
Shuma Gorath). Ele é um deck bem consistente, com bastante ferramentas para
controlar a cena e com uma capacidade de comprar cards e gerar recursos
impressionantes. Vamos discutir todos os aspectos do deck, passo a passo e bem
explicado.
1. Gerando Recursos
As formas
principais de gerar recursos com esse deck são Entrega Especial e Investigação
Silenciosa. Dos 21 personagens do deck, apenas 3 não voam (as três cópias da
Cassandra Nova), então entrar com um personagem usando Investigação no primeiro
turno é bem comum. Com 12 cards de personagem (57% dos cards de personagem) com
Energia Inicial igual a 3 torna altamente provável abrir o jogo com pelo menos
um personagem sem muitos problemas. Desta forma, você pode começar com Entrega
Especial, comprar um card e baixar o primeiro personagem, comprando o segundo
card e enviando o cenário para seus recursos.
Com
Jaqueta Amarela, Homem-Formiga e Joia do Infinito – Tempo no meta, é esperado
que você seja interrompido pelo seu oponente e/ou simplesmente impedido de usar
Investigação Silenciosa no turno em que o personagem entrou em jogo. Uma boa
forma de contornar este problema é abrir o jogo com o Homem-Formiga e
investigar. Mas fique atento: basta o oponente ter uma Invasão Secreta nos
recursos para poder baixar o Formiga dele e te interromper. Por isso, vamos à
segunda parte da análise do Pacifista: Negação de Recursos.
2. Negação de Recursos
Da mesma
forma que você pode estar preocupado com o seu oponente negar tuas ações com
Jaqueta e Formiga, o Pacifista também pode fazer isso. As Invasões Secretas que
vão no deck servem para poder baixar seus heróis diminutos mesmo que oponente já
tenha baixado os dele. As Invasões também permitem que você possa jogar com a
Vampira V2, Mago e Cassandra mesmo que o oponente tenha colocado as dele em
jogo – este meta possui um pool de cards bastante utilizados, fazendo com que
Invasão seja mandatória em muitos decks.
E por falar
em negação de recursos, o Pacifista utiliza Toupeira Mecânica justamente para
impedir que seu oponente possa utilizar os recursos impunemente. Mandar uma
Investigação Silenciosa, Adagas Psíquicas, Cubo Cósmico e outros cards problemáticos
para o fundo do deck é muito forte. Além disso, o deck utiliza o Tecnoassalto
para retornar seus próprios suportes, garantindo que eles poderão ser
reutilizados mais para frente no jogo.
Primeira Conclusão:
gerar recursos e negar os recursos do oponente alavancam sua vantagem sobre ele
na partida.
Menções
honrosas: cards que negam recursos do oponente, como Dispersar Intelecto ou o
texto do TAA II, Amplificador Mental e do Colecionador são muito bons também.
Outra forma de manter a Toupeira em cena é com Reparos Provisórios (fica a
dica).
O próximo
ponto é: Vantagem de Cards (card
advantage).
3.Vantagem de Cards
Comprar
cards em Battle Scenes, como em quase qualquer outro jogo do gênero, te colocam
cada vez mais para frente na partida.
Apesar do remoto risco de ficar sem cards para comprar, cards que geram compras
positivas – ou seja, um card que compra dois ou mais cards – são fundamentais
no Battle Scenes. Essas compras significam mais capacitações, mais
possibilidades de jogo – na forma de personagens, cenários e suportes – e mais
recursos. Lembra do primeiro ponto? Então, vantagem de cards acaba te levando a
geração de recursos e possibilidades de colocar ameaças para o seu oponente. No
Pacifista, isso acontece na forma dos Tecnoassaltos carregados em personagens
com genialidade e na Mágica do Caos da Feiticeira Escarlate quando carregando o
Olho de Agamotto. Falando em Feiticeira, ela pode colocar cenários em jogo ao
resolver a Clarividência da Mágica do Caos. Cards que permitem você buscar
outros cards em seu deck e/ou recursos também proporcionam vantagem de card. Cards
como Invocar o Relâmpago ou Roubo de Ideias, por outro lado, te permitem
adquirir vantagem de cards pelo simples fato de eliminar cards da mão do
oponente. Em outros card games são mais comum efeitos de descarte; Battle
Scenes ainda anda bem devagar nessa senda (Cuidado! É a Gata Negra!).
Segunda Conclusão:
gerar vantagem de cards é uma forma de impulsionar seu jogo, seja através de
compras positivas (comprar mais cards do que a quantidade de cards que foram
investidas) ou através de “compras negativas” do seu oponente (ele perder mais
cards do que os cards que você investir).
4. Gerando Problemas para o Oponente
Essa é a regra não escrita de Battle Scenes,
mas que todos nós intuitivamente seguimos: o jogo é ganho quando nosso oponente
tem que tomar decisões mais difíceis do que nós. No Pacifista, isso ocorre na
forma de personagens protegidos (com Ziguezague, Armadura de Combate I.M.A.,
Manto de Levitação e Joia do Infinito – Tempo), contenção de ameaças do
oponente (Armadilha Reforçada naqueles personagens difíceis e que não causam
dano; Câmara de Neutralização num personagem com habilidades passivas fortes
e/ou com capacidade de usar muitas ações por turno; Cassandra Nova escolhendo
qualquer personagem...), ações imprevistas (Iludir do Mago, Feromônio de
Controle da Mulher-Aranha, Incursão Surpreendente, Adagas Psíquicas ao entrarem
carregadas num personagem telepata e Drenar Poder da Vampira) e antecipações
constantes (quase todos os do item anterior, mais o Escudo Absorvente do
Guardião, Simbionte – Venom, o Crescimento Repentino do Formiga e a Mágica do
Caos da Feiticeira, inclusive com a possibilidade de entrar um cenário
poderoso, como uma Retirada salvando um personagem prestes a padecer, ou um
Convocar Reforços com a mão zerada). Aqueles combos de dano (Incursão + Aríete
Hidráulico, ou Incursão + Crescimento Repentino, ou Adagas + Retirada no
Personagem + Adagas de novo, ou ainda qualquer coisa carregando um Cubo
Cósmico...) entram nessa categoria também. Para citar exemplos fora do
Pacifista: o combo dos Ultrons + Speed Ball, Mestres do Terror + Atacar até
Derrubar e Pyro + Retirada/Selene + Pyro.
Uma forma de
gerar problemas para seu oponente, sem muito desafio: utilize cada etapa do
jogo. Tenha opções para usar na preparação, tenha ameaças no combate do teu
turno e tenha respostas para antecipar o combate no turno do oponente. Eu
construí o Pacifista de maneira que as ações de antecipação já viessem
embutidas nos personagens, para evitar ao máximo perder minhas antecipações por
causa de dano na preparação do oponente. É frustrante ver suas habilidades de
antecipar caírem dos personagens antes do combate.
Uma coisa
para NÃO fazer: gerar decisões difíceis para você. Você não deve jogar com
Homem Radioativo, por exemplo, sem um plano para contornar o efeito dele
(normalmente, basta que seus personagens tenham a afiliação Mestres do Terror).
Gerar decisões difíceis para você é trabalho do seu oponente, não seu. Não
ajude seu oponente a te vencer.
Terceira Conclusão:
gere problemas para seu oponente sempre, e NUNCA para você mesmo! Utilize cada
etapa do turno para maximizar suas chances de vitória!
5. Faça as contas
Essa não é a
única forma terrível de perder: atacar personagens sem critérios, causando mais
dano que o necessário para derrubá-los, ou esquecer de computar o escudo na
hora de calcular e perder a oportunidade de derrubar um personagem, ou ainda
esquecer que os personagens do oponente antecipam e derrubam um atacante seu
porque você descuidou... A dica é: fique atento à partida, faça as contas,
revise-as e então vá para o ataque. A matemática é sua amiga. Não perca o dano
letal de vista e basta lembrar-se da regra dos 15 pontos.
Quarta Conclusão:
faça as contas antes de atacar! Pense antes de agir!
6. E agora?
Às vezes o caldo entorna. A chaleira preteia e
a cobra fuma. Seguindo os conselhos até agora as suas chances de vitória aumentam
muito, mas às vezes simplesmente não dá pé: você precisa lidar com uma ameaça
rapidamente ou o jogo vai acabar e você vai perder.
Tenha um
plano B. Essa é a dica. O Pacifista raramente fica sem cards na mão, mas ainda
assim ele usa dois Convocar Reforços, simplesmente pelo fato de que tudo pode
dar errado e eu posso precisar buscar personagens para tentar virar o jogo.
Esse é um dos motivos pelos quais também uso tantos itens mágicos: claro que
eles ajudam a Feiticeira na hora da Clarividência, mas eles também permitem
carregar dos recursos num personagem em jogo. Às vezes essa é a forma que eu
preciso para descarregar uma Investigação de um personagem em jogo, para poder
colocar outro personagem em cena e então investigar novamente. Ou porque
preciso descarregar as Adagas Psíquicas de algum personagem em cena, colocando
outro telepata carregando-as para causa mais dano na preparação. Ou para o caso
em que eu não tenho um telepata na mão e o Olho de Agamotto quebre esse galho
para mim (carregando num personagem entrando em cena com as Adagas).
Ainda assim,
mesmo com planos de B a Z, a derrota acontece vez e outra. O jeito é treinar
mais, rever o deck, ver aonde você pode melhorar como jogador, ver
oportunidades de melhoria no seu deck, testar as mudanças e, se tudo deu certo,
realiza-las. Errar é humano, e aprender com os erros é natural. Basta
lembrar-se de uma coisa: permita-se errar, mas não se permita repetir sempre os
mesmos erros. Supere-se. A experiência e a prática são as melhores maneiras de
se aprimorar.
Quinta Conclusão:
tenha outras estratégias no deck, que possam ser úteis quando tudo o mais
falhar. Se ainda assim você perder, acontece; aprenda com seus erros e tente
não os repetir. Prática e tempo vão fazer você chegar lá.
7. Passando a Régua
Gerando Recursos:
Investigação Silenciosa, Entrega Especial.
Negação de
Recursos: Toupeira Mecânica.
Vantagem de Cards:
Tecnoassalto, Feiticeira Escarlate, Olho de Agamotto.
Preparação:
Incursão Surpreendente, Vampira V2, Mago, Mulher-Aranha, Adagas Psíquicas,
Retirada Estratégica, Cassandra Nova, Armadilha Reforçada, Câmara de
Neutralização, Olho de Agamotto, Livro de Vishanti, Manto de Levitação, Cubo
Cósmico, Armadura de Combate I.M.A. e Ziguezague.
Combate:
Erosão Psiônica, Adagas Psíquicas, Cubo Cósmico, Armadura de Combate I.M.A. e
Ziguezague.
Antecipação:
Simbionte – Venom, Guardião, Feiticeira Escarlate, Vampira V2, Mago e
Mulher-Aranha.
Plano B:
Convocar Reforços.
8. Desafio da Semana
Agora sim
acabamos por hoje. Lanço um desafio agora para vocês, para que eu possa entrar
na próxima semana com um deck novo para comentar: enviem uma lista de deck para
o meu e-mail (mennamtcg@gmail.com),
descrevendo resumidamente como funciona o seu deck e o porquê de suas escolhas
de cards. O deck não poderá ter personagens nem habilidades de VOO! ESSE É O
DESAFIO!
Escolherei
uma das listas para comentar enquanto desenvolvo o assunto da próxima semana.
Até lá, não perca!
Enviei, por favor, olhe e me responda avaliando.. Mto Obrigado...
ResponderExcluirObrigado Drack, respondi por e-mail.
ExcluirAbraço!
Eu procuraria espaço para dois capitão universo e tentaria deixar o 3 formiga> O esquema é sempre deixar um formiga na mão já que você esta usando 3 retiradas
ResponderExcluir1 convocar já basta e trocaria uma invasão secreta por um investigar ruínas.O deck ta com uma boa draw e pode abrir o jogo rápido
Eu gostei,deve estar rodando bem.Parabéns
Obrigado pelas sugestões Lucas!
ExcluirEu já tentei usar o Capitão Universo numa versão mais antiga, e tive problemas pela quantidade de vilões que o deck rodava na época. Hoje é capaz de ser bem melhor. Vou testar!
Concordo com usar um Convocar. Com relação a Invasão, é um pouco difícil porque é muito comum Vampira, Cassandra e Mago no metagame aqui. Já testei Investigar Ruínas, é boa, mas o deck não precisa realmente. Tenho conseguido comprar cartas o suficiente para "cavar" o deck atrás dos itens. Mas é claro, não é uma ideia que eu descarto.
Novamente, obrigado pelas sugestões e continue acompanhando a coluna! Abraço.
Parabéns pela matéria!
ResponderExcluirValeu Paulo!
ExcluirContinue nos acompanhando que em breve teremos mais ;)