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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ESTRATÉGIA EM ESTUDO: PODER CÓSMICO 2.0


Seja bem-vindo a coluna Estratégia em Estudo! Sou eu novamente, Sergio Menna, e trago para vocês o Poder Cósmico 2.0 do Yuri Bittencourt, colunista do Site MTCG.
Pois é, não houve respostas ao último desafio, então eu peguei emprestado o deck do meu amigo e colega Yuri Bittencourt para apresentar hoje. Como eu estou pegando essa lista diretamente do MTCG Database, as explicações ficaram por minha conta mesmo.



Mas então, vamos à lista do Poder Cósmico 2.0:


1. Desenvolvendo o jogo

Na nossa última coluna, nosso objetivo era discutir formas alternativas para gerar recursos. O objetivo do último desafio era construir um deck com o maior número possível de ações na fase de preparação. Digo “ações”, mas quero dizer “efeitos”, além de ações, na fase de preparação. A ideia é incluir efeitos “desencadeados” na preparação (aqueles efeitos “Durante sua preparação, uma vez por turno...”), efeitos de “entrar em cena” de cards diversos e ações imprevistas propriamente ditas. Se lembrarmos do primeiro artigo da Estratégia em Estudo, estaríamos agora entrando naquele tópico sobre gerar problemas para o oponente. E hoje, eu quero dedicar o nosso tempo para falarmos apenas da fase de preparação.

A fase de preparação é basicamente o turno do jogador. É o momento em que o jogador tem para colocar seus cenários, suportes e – exceto pela dupla Formiga e Jaqueta – seus personagens necessariamente. Durante essa fase do jogo, o jogador ativo (“dono” do turno atual) vai tentar colocar em cena suas ameaças, capacitar seus personagens, desenvolver sua estratégia, buscar por respostas e “empenhar” seus recursos. Digo empenhar porque os recursos ficam “presos” no personagem/suporte que entrou em cena, sendo liberado aos poucos conforme o personagem/suporte vai sofrendo dano em cena, ou tudo de uma vez se for Retirado/destruído/derrotado/rendido.

Vamos falar um pouco sobre o empenho de recursos no próximo ponto e então voltaremos para a fase de preparação.

2. Empenho de recursos

Eu costumo falar que um dos elementos de Battle Scenes que mais me desafiam como jogador é a forma como ele é contra intuitivo quando comparado a outros cardgames. Para entender melhor:

· Os recursos para jogar seus cards não ficam em cena, como a maioria dos demais jogos do gênero;

· Ter muitos cards na “pilha de descarte” é algo desejado, assim como poder descartar cards da mão;

· Ter muitos personagens em cena não é estritamente uma coisa boa.

Esses três pontos são simples quando observamos, mas as consequências deles em jogo são mais difíceis de perceber. No caso dos recursos de BS, como eles não ficam em cena, boa parte dos jogadores iniciantes falham em perceber a ameaça por trás das Contagens Regressivas. Na verdade, creio que Toupeira Mecânica começou a ver mais jogo agora que temos cards como Adaga Psíquica e Investigação Silenciosa no metagame do que quando ela foi lançada em Evolução Tática. Em outros cardgames, os recursos que permitem aos jogadores colocarem mais ameaças em jogo costuma estar em jogo, tornando a visualização destas potenciais ameaças mais fácil (para exemplificar: jogadores de Magic mais veteranos costumam lembrar-se do temor quando seus oponentes passavam o turno com duas Ilhas desviradas).

Em BS, cards nos recursos – a “pilha de descarte” – é uma coisa desejável, assim como descartar cards da mão. Isso é uma consequência do ponto anterior: o jogo de BS se desenvolve com cards na pilha de recursos de cada jogador. Colocar cards do topo do deck nos recursos é bom em BS, enquanto em outros jogos costuma ser estritamente uma coisa ruim. Descartar cards da mão, em BS, é uma forma de colocar os cards desejados nos recursos de seu dono. Em outros cardgames, descartar cards é normalmente algo estritamente ruim.

O que nos leva para o terceiro ponto: ao colocarmos muitos personagens em cena em BS, temos que ter o cuidado de não gerar ao adversário a possibilidade de vencer o jogo com uma entrada. Novamente, devemos cuidar para que não entreguemos de “mão beijada” 15 pontos em personagens. Os personagens em cena devem ser resilientes o bastante – terem defesa alta e/ou capacidade de antecipar elevada – para que seja problemático para o oponente entrar em cena e levar todos eles. Em outros cardgames, ter mais personagens costuma significar mais dificuldade para o oponente de se livrar de todos eles. Em BS, não é uma coisa muito fácil derrotar todos os personagens em cena com apenas uma entrada, mas também não é muito difícil. O desafio é sempre saber quando se deve “entrar com tudo” e quando se deve apenas aguardar o momento certo para entrar em cena.

Agora, voltamos ao ponto de falarmos do empenho de recursos. Idealmente, queremos colocar em cena respostas às ameaças do oponente de forma a neutralizarmos estas ou de forma a as eliminarmos. Os recursos usados são empenhados no personagem/suporte até que estes saiam de jogo. Perdemos vantagem quando perdemos estes personagens/suportes, mas recuperamos os recursos empenhados, de maneira que mantemos o potencial de atrapalhar o oponente, desde que tenhamos cards na mão para isso. A tarefa de cada jogador é identificar o que é aceitável perder para liberar recursos e o que não é, e após identificar o que não deve ser perdido agir de forma a proteger essas ameaças. Uma Cassandra Nova que entrou em cena para anular um personagem de forma a tornar possível derrubá-lo sem problemas, por exemplo, torna-se “inútil” após a saída daquele personagem. Portanto, render a Cassandra neste caso pode ser uma coisa boa: apesar de dar três pontos para o oponente, você vai liberar até três recursos e comprar um card. A dica é fazer trocas positivas: o Homem de Gelo que entrou no turno passado permitiu derrubar um Capitão Universo, por exemplo. Render o Homem de Gelo para liberar os recursos empenhados nele e comprar um card é uma troca positiva – você perderá quatro pontos, mas você obteve sete no momento que derrotou o Capitão Universo do oponente: uma troca positiva.

Primeira conclusão: ao colocarmos nossas ameaças em cena, empenhamos recursos para tal. Ao passo que perder tais ameaças costuma ser algo ruim, quando isso ocorre liberamos recursos para colocar novas ameaças. Precisamos apenas ter o controle de qual ameaça devemos defender e qual podemos nos livrar. Por isso, render personagens costuma ser uma opção para contornarmos a falta de recursos. Procure sempre fazer trocas positivas.

3. Jogando na Preparação

Voltando ao ponto inicial agora, vejamos agora o que podemos fazer na fase de preparação para atrapalharmos nossos oponentes.

· Cenários defensivos, como Fogo Cruzado para um deck de Ataque à Distância, ou Planos de Dominação para decks de vilões. Podemos colocar aqui o Em Meio à Multidão, que protege os Fugitivos do deck (dica: Capitão Universo, se você controla outro Fugitivo em cena);
· Cenários ofensivos: aqui podemos incluir desde À Espreita e Exaustão, até Garras Imoladoras e Explosão Certeira;
· Cenários para obter vantagem, desde cenários que compram cards até No Lugar Errado, Convocar Reforços e Retirada Estratégica.
· Suportes tribais, quando for o caso. Normalmente, os suportes de uma afiliação ajudam a defender aquela filiação e garantem algumas habilidades;
· Suportes defensivos, como Chamariz Holográfico, Armadilha Reforçada, Câmara de Neutralização e Esconderijo Secreto;
· Suportes táticos, como Toupeira Mecânica, Máquina de Bloqueio Mental e Amplificador Mental;
· Suportes ofensivos, como o famigerado Portal para o Microverso;
· Habilidades desencadeadas;
· Ações imprevistas;
· Personagens.

Uma habilidade desencadeada é aquela que expliquei anteriormente que, normalmente, aparece na forma do texto “Durante sua preparação, uma vez por turno...”. Essas habilidades são o foco da nossa discussão neste momento.

Eu vejo as habilidades desencadeadas como um plus dos cards. O Colecionador se capacita com o texto dele, enquanto envia um item único para o fundo do deck do seu deck ou do oponente. O Barão Strucker auxilia na geração de recursos enquanto seleciona a compra do turno. O Capitão América V3 busca outra cópia dele mesmo, adicionando o texto do card procurado. O Visão V2 permite descarregar um card qualquer sem usar ação. Esses textos todos acabam contribuindo na sua estratégia e geram problemas para seu adversário lidar ao mesmo tempo. Eles permitem que você avance milímetros em direção da vitória, sem precisar usar as ações dos cards. Essas pequenas vantagens geradas são difíceis de contabilizar, mas elas acabam agregando tanto no jogo que tornam a vitória cada vez mais próxima. No deck que vou utilizar como exemplo, veremos como Asa Vermelha e Falcão acabam desequilibrando o jogo a favor do jogador, mesmo que não consigam usar habilidades como Investigação Silenciosa. Se eles conseguirem usar a Investigação, acabam sendo mais catastróficos ainda.

Segunda conclusão: as habilidades desencadeadas na preparação devido aos textos dos personagens e suportes acabam gerando uma vantagem que é difícil de contabilizar, mas que agregam para a vitória. Use-as sempre que possível.

4. Poder Cósmico v2.0

Talvez o melhor exemplo para dar de efeitos desencadeados na preparação. Começando pela dupla Asa e Falcão: ambos permitem, uma vez por turno, buscar o parceiro do deck ou recursos, e coloca-lo na mão. Uma vez que ambos estejam em jogo, eles recebem um ponto de dano a menos de qualquer efeito e ação de personagens que não tenham Voo! Além de buscar para a mão, adicionando vantagem de cards e possíveis capacitações, eles têm uma sinergia particular com esse deck: eles podem ser consumidos para os efeitos de energia cósmica e voltarem no mesmo turno para a mão! Só por isso eu já ficaria bem feliz, mas tem mais: rendem poucos pontos para os oponentes, podem usar a Investigação Silenciosa e ainda podem servir de base para o Capitão Universo. Sensacional.

O Capitão Mar-Vell possibilita todo turno decidir o destino do card do topo do seu deck. Se for apropriado, você pode colocar o card visto nos seus recursos. O Colecionador dispensa comentários, né? Os cards de personagem Nova, seja o V1 ou o V2, aumentam sua defesa por estar apenas carregando cards de Poder Cósmico – o que de certa forma é o objetivo do deck. Pyro é aquele amigo de sempre, que entra pra decidir nos momentos apropriados. Seu texto permite causar dano em personagens que normalmente não poderiam ser alvo de ações, ou eliminar um Chamariz Holográfico que poderia atrapalhar a estratégia. O Capitão Universo pode salvar um personagem que está com poucos cards carregados, ou transformar um Asa/Falcão numa ameaça. Seu texto permite se capacitar sozinho caso você controle menos personagens que o oponente. A Vampira V2 é outra que dispensa apresentação. Sua ação imprevista/antecipar a regenera por assim dizer, bloqueia um poder de um personagem e ela é capaz de usar qualquer card que tenha carregado.

Passando para os suportes, vemos que o deck obedece a um padrão comum do metagame – Câmara de Neutralização e Chamariz Holográfico, faltando somente a Armadilha Reforçada para fechar o trio – e os cenários esperados para um deck no momento: Retirada Estratégica, Convocar Reforços e Invocar o Relâmpago. Invasão Cósmica é uma escolha óbvia para decks de Poder Cósmico.

As habilidades por fim complementam o deck. Para falarmos apenas das ações imprevistas, temos Investigação Silenciosa, Incursão Surpreendente e Voar Alto por parte de Voo, e Toque de Antimatéria e Maquinações do Éter por parte de Poder Cósmico. Bastante coesa a lista, no meu ponto de vista.

5. Concluindo

E nossa análise de ameaças na preparação acaba por aqui. Espero que vocês tenham gostado da coluna esta semana. Na semana que vem falaremos de antecipações, onde novamente trarei um deck como exemplo para podermos falar do assunto a partir da estratégia dele, ok?

Acabei não recebendo e-mails referentes a este último desafio, e entendo que isso seja natural, o que é uma pena. Se você quiser que seu deck seja usado no próximo desafio, envie a lista para o meu e-mail (mennamtcg@gmail.com), com o título “Desafio Estratégia em Estudo #3”. Listas com boas antecipações serão usadas como eu sempre faço, mas apenas listas enviadas até o sábado da semana de publicação do artigo porque eu preciso submeter minha coluna para aprovação com certa antecedência. As listas que eu já recebi eu vou usando aos poucos, conforme o assunto da semana permitir. Até lá, espero que você aproveite a ideia do Yuri e tente aprimorá-la.

Até a próxima!


6 comentários:

  1. Fala Sérgio ! Uso um deck parecido com esse, mas tenho um problema muito sério, que pela decklist do seu passa ainda mais, que é a questão dos recursos. Apenas o Capitão Mar-vell e o cenário Invasão Cósmica geram recursos (não estou considerando investigação, pq são inúmeras as maneiras de counterar). Uso no meu deck o deflagrar o caos que auxilia bastante a geração de recursos, o Mancha Solar que funciona muito bem no deck, e um pouco de ataque energético, somado aos primordiosos Guardião e Patriota, que vem muito bem a calhar. Em todo caso, é um ótimo deck base, e recomendo usarem esse poder maravilho que é o Cósmico. Abraços !

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    1. Olá, GattsGrimm! Já usei muito Deflagrar o Caos e é uma boa carta, mas acaba atraoalhando a Investigação Silenciosa. O que gosto muito de usar é Assimilação Quantica para gerar recursos. Gosto de fazer isso com Nova v1. Por seu custo baixo. A ideia de usar ataque energetico é boa, mas particularmente não jogo tão bem quanto usando apenas poder cósmico.

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    2. Oi Gatts, tudo bem?
      Desculpe a demora pra responder, mas acho que o Yuri defendeu bem o ponto. Notei em partidas que Assimilação Quântica é absurda, acaba gerando mais recursos do que Investigação. E esse deck de poder cósmico e voo seria o deck que eu jogaria se não tivesse com o pacifista. Toque de Antimatéria é muito boa :)

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  2. Fala mestre!! Fiquei surpreso de ver meu deck por aqui! Analises muito bem feitas. Esses colunistas profissionais kkkkk
    Abraço

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    1. Sem falar em decks profissionais... Assim fica difícil competir sauhuhsahuhuassa

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    2. Hehehehehehe, valeu ;)
      Crediné, teu deck antecipa beeeem...talvez seja o próximo :)

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