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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

60 anos em 60 cartas... Um pouco de Flavor e jogabilidade!




 Fala galera...
Meu nome é João Ventura e estou escrevendo um artigo pela primeira vez aqui no Marvel TCG. E escolhi um tema que eu gosto muito e que acredito é um dos maiores atrativos para o Battle Scenes: o Flavor!


Mas João, que diabos é flavor?
Bem, flavor é todo o “pano de fundo”, as histórias que compõem o jogo. Poderíamos falar ainda que é o “tema” do jogo, ou seja, no caso do Battle Scenes, o Universo Marvel. O flavor é, ao lado da jogabilidade, o componente principal de um card game. É o que o diferencia dos outros TCG’s.

E para que serve isso?
Bem, o flavor geralmente é a propaganda do jogo, sua porta de entrada. Ninguém, em um primeiro olhar para o Battle Scenes, por exemplo diz: “Que legal, nesse jogo aí eu posso usar todas as cartas como energia”, ou então “Que legal, esse é um jogo onde eu começo com dez cards e coloco outros como recursos”. O pessoal que conhece o jogo diz: “PQP! Um jogo com os personagens Marvel!” e só então, depois de gerar essa primeira identificação, esse primeiro contato, proporcionado pelo flavor, é que o interessado vai perguntar: “Como é que joga?”.
Isso parece bastante óbvio, mas tem uma função importante. 

♣Vejamos:

Flavor x jogabilidade
Como já dito, essas duas coisas que a gente não se dá conta enquanto está massacrando os oponentes, coexistem no jogo (além do azar ou daquela sorte do adversário que te mata de raiva!) e sua relação o modifica em determinados níveis. Por se tratar do Universo Marvel, temos, pelo menos, uns 60 anos de histórias, que devem ser colocados dentro de uma mecânica de jogo e que além de contemplar essa infinidade de possibilidades da história, tem que ser equilibrada, para que a experiência se torne divertida. Simples não?

Não. Não é.

Pense bem, cada herói Marvel tem muitas possibilidades com seus poderes e habilidades, alguns podem ser até imortais. Como colocar na jogabilidade o fato presente no flavor de que 80% dos personagens não conseguiriam causar dano no Hulk? Como colocar no jogo um Wolverine que se recuperaria da maioria do dano que os outros poderiam causar após um ou dois minutos?
É aí que entra a jogabilidade e a limitação que ela impõe ao flavor para que o jogo se torne divertido (deve ser equilibrado, lembra?). 

Ela tenta encaixar esses poderes dentro das regras: uma ação por turno, algumas habilidades diferenciadas para cada personagens, custo das ações e coisas que fazem parte do jogo. O flavor agora terá pouca importância, pois é nessa interação entre os jogadores, essas regras que conduzirão a partida que são importantes. Se isso for desequilibrado, diminuir o valor da disputa ou até mesmo parecer injusto, o jogo pode não ir à diante.
Veja o caso do próprio Magic, the Gathering, um dos pais de todos os TGC’s. Ele sofreu vááárias modificações nas regras ao longo dos anos. A última, que considero mais importante em relação ao flavor, era a “regra das lendas”. Antes, só poderia haver uma permanente lendária de cada no campo de batalha. Se uma segunda permanente igual entrasse em jogo, as duas eram destruídas. Era uma regra que favorecia o flavor e válida desde que eu comecei a jogar Magic, há uns 14 anos atrás, mas que foi modificada há dois meses, em nome da jogabilidade. Agora cada um pode ter uma lenda em jogo, mesmo que sejam iguais. Ela me lembra muito a (polêmica) regra anti-mirror do BS, que está sendo muito discutida entre os jogadores (ops, melhor nem falar senão dá quebra-pau!). Esse caso quer dizer que, por muito tempo o flavor dominou sobre a regra, mas agora os papéis se inverteram.

P&#¨$¨@! Essa carta está muito fraca!
Bem, vou expor um exemplo que já foi discutido em alguns posts por aí: o Surfista Prateado. No jogo, ele é um personagem muito fraco se comparado com o personagem dos quadrinhos. Tem cinco de Energia, apenas um de Escudo (!) e uma habilidade que causa dois pontos de dano no alvo, o equivalente a uma voadora do Fera (!).
Imaginem o Surfista com todo o poderio que os quadrinhos lhe conferem dentro do jogo. Ele aparece ainda, como um membro do Quarteto Fantástico. Pensa nele, boladão, sendo tutorado pelo Fantasticarro e ainda recebendo capacitação do Sr. Fantástico? Qual o impacto que isso teria? E o equilíbrio, como fica? Faço um desafio: experimente usar um surfista como você acha que ele deveria ser, colocá-lo em um deck de Quarteto e jogar contra alguém. Você vai ver como o negócio perde a graça rapidinho...
Porém o Magneto... esse por enquanto não tem salvação.
 
Bem, espero que esse papo todo tenha servido para que possamos entender um pouco mais de como funcionam essas questões do jogo que nós tanto gostamos. E que sirva também para que pensemos um pouco antes de xingar o Fabian por causa daquela carta que não ficou como você queria (Ciclope...cof cof!).

Um abraço!
João Ventura é mutante, jornalista e combatente do crime nas horas vagas.

8 comentários:

  1. Jose Carlos Loureiro Jr20 de setembro de 2013 às 15:27

    Bom texto de estréia João

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  2. Valeu Doctor! Quando eu crescer eu quero ser como você! Hehe

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  3. Não, o Ciclope é imperdoável, foi feito cagando.

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  4. E eu achando que "flavor" fosse o texto de instrução das cartas.

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  5. Isso, pensem um pouco antes de xingar o pobre Fabian, kkkkkkk

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  6. O ciclope só tem 1 defeito sério, não capacita ninguém... todo o resto poderia ser contornável.

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  7. "...pensemos um pouco antes de xingar o Fabian por causa daquela carta que não ficou como você queria"

    Genial. Parabéns João, ficou muito bom o texto meeeesmo!

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