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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Estratégia em Estudo - Pacifista V5



Olá Pessoal, sejam bem-vindos a coluna Estratégia em Estudo! Eu sou o Sergio Menna, e através desta coluna vou debater decks e estratégias de Battle Scenes, usando exemplos enviados por vocês leitores e discutindo passo a passo a função de cada card no deck e as possibilidades (ah, as possibilidades...).
Como o texto vai acabar sendo um pouco longo, farei um breve resumo ao final dos parágrafos importantes e farei um apanhado geral no final.


Então, eu começo apresentando a vocês o Pacifista v5.



Essa é a versão mais atual do deck com o qual eu jogo a Liga BS aqui em Porto Alegre. Até o presente momento, ele me ajudou a vencer cinco partidas e perdeu apenas uma (minha segunda derrota na liga foi jogando com um baralho experimental com Shuma Gorath). Ele é um deck bem consistente, com bastante ferramentas para controlar a cena e com uma capacidade de comprar cards e gerar recursos impressionantes. Vamos discutir todos os aspectos do deck, passo a passo e bem explicado.

1. Gerando Recursos
As formas principais de gerar recursos com esse deck são Entrega Especial e Investigação Silenciosa. Dos 21 personagens do deck, apenas 3 não voam (as três cópias da Cassandra Nova), então entrar com um personagem usando Investigação no primeiro turno é bem comum. Com 12 cards de personagem (57% dos cards de personagem) com Energia Inicial igual a 3 torna altamente provável abrir o jogo com pelo menos um personagem sem muitos problemas. Desta forma, você pode começar com Entrega Especial, comprar um card e baixar o primeiro personagem, comprando o segundo card e enviando o cenário para seus recursos.


Com Jaqueta Amarela, Homem-Formiga e Joia do Infinito – Tempo no meta, é esperado que você seja interrompido pelo seu oponente e/ou simplesmente impedido de usar Investigação Silenciosa no turno em que o personagem entrou em jogo. Uma boa forma de contornar este problema é abrir o jogo com o Homem-Formiga e investigar. Mas fique atento: basta o oponente ter uma Invasão Secreta nos recursos para poder baixar o Formiga dele e te interromper. Por isso, vamos à segunda parte da análise do Pacifista: Negação de Recursos.


2. Negação de Recursos
Da mesma forma que você pode estar preocupado com o seu oponente negar tuas ações com Jaqueta e Formiga, o Pacifista também pode fazer isso. As Invasões Secretas que vão no deck servem para poder baixar seus heróis diminutos mesmo que oponente já tenha baixado os dele. As Invasões também permitem que você possa jogar com a Vampira V2, Mago e Cassandra mesmo que o oponente tenha colocado as dele em jogo – este meta possui um pool de cards bastante utilizados, fazendo com que Invasão seja mandatória em muitos decks.
E por falar em negação de recursos, o Pacifista utiliza Toupeira Mecânica justamente para impedir que seu oponente possa utilizar os recursos impunemente. Mandar uma Investigação Silenciosa, Adagas Psíquicas, Cubo Cósmico e outros cards problemáticos para o fundo do deck é muito forte. Além disso, o deck utiliza o Tecnoassalto para retornar seus próprios suportes, garantindo que eles poderão ser reutilizados mais para frente no jogo.
Primeira Conclusão: gerar recursos e negar os recursos do oponente alavancam sua vantagem sobre ele na partida.
Menções honrosas: cards que negam recursos do oponente, como Dispersar Intelecto ou o texto do TAA II, Amplificador Mental e do Colecionador são muito bons também. Outra forma de manter a Toupeira em cena é com Reparos Provisórios (fica a dica).
O próximo ponto é: Vantagem de Cards (card advantage).

3.Vantagem de Cards
Comprar cards em Battle Scenes, como em quase qualquer outro jogo do gênero, te colocam  cada vez mais para frente na partida. Apesar do remoto risco de ficar sem cards para comprar, cards que geram compras positivas – ou seja, um card que compra dois ou mais cards – são fundamentais no Battle Scenes. Essas compras significam mais capacitações, mais possibilidades de jogo – na forma de personagens, cenários e suportes – e mais recursos. Lembra do primeiro ponto? Então, vantagem de cards acaba te levando a geração de recursos e possibilidades de colocar ameaças para o seu oponente. No Pacifista, isso acontece na forma dos Tecnoassaltos carregados em personagens com genialidade e na Mágica do Caos da Feiticeira Escarlate quando carregando o Olho de Agamotto. Falando em Feiticeira, ela pode colocar cenários em jogo ao resolver a Clarividência da Mágica do Caos. Cards que permitem você buscar outros cards em seu deck e/ou recursos também proporcionam vantagem de card. Cards como Invocar o Relâmpago ou Roubo de Ideias, por outro lado, te permitem adquirir vantagem de cards pelo simples fato de eliminar cards da mão do oponente. Em outros card games são mais comum efeitos de descarte; Battle Scenes ainda anda bem devagar nessa senda (Cuidado! É a Gata Negra!).
Segunda Conclusão: gerar vantagem de cards é uma forma de impulsionar seu jogo, seja através de compras positivas (comprar mais cards do que a quantidade de cards que foram investidas) ou através de “compras negativas” do seu oponente (ele perder mais cards do que os cards que você investir).


4. Gerando Problemas para o Oponente
Essa é a regra não escrita de Battle Scenes, mas que todos nós intuitivamente seguimos: o jogo é ganho quando nosso oponente tem que tomar decisões mais difíceis do que nós. No Pacifista, isso ocorre na forma de personagens protegidos (com Ziguezague, Armadura de Combate I.M.A., Manto de Levitação e Joia do Infinito – Tempo), contenção de ameaças do oponente (Armadilha Reforçada naqueles personagens difíceis e que não causam dano; Câmara de Neutralização num personagem com habilidades passivas fortes e/ou com capacidade de usar muitas ações por turno; Cassandra Nova escolhendo qualquer personagem...), ações imprevistas (Iludir do Mago, Feromônio de Controle da Mulher-Aranha, Incursão Surpreendente, Adagas Psíquicas ao entrarem carregadas num personagem telepata e Drenar Poder da Vampira) e antecipações constantes (quase todos os do item anterior, mais o Escudo Absorvente do Guardião, Simbionte – Venom, o Crescimento Repentino do Formiga e a Mágica do Caos da Feiticeira, inclusive com a possibilidade de entrar um cenário poderoso, como uma Retirada salvando um personagem prestes a padecer, ou um Convocar Reforços com a mão zerada). Aqueles combos de dano (Incursão + Aríete Hidráulico, ou Incursão + Crescimento Repentino, ou Adagas + Retirada no Personagem + Adagas de novo, ou ainda qualquer coisa carregando um Cubo Cósmico...) entram nessa categoria também. Para citar exemplos fora do Pacifista: o combo dos Ultrons + Speed Ball, Mestres do Terror + Atacar até Derrubar e Pyro + Retirada/Selene + Pyro.
Uma forma de gerar problemas para seu oponente, sem muito desafio: utilize cada etapa do jogo. Tenha opções para usar na preparação, tenha ameaças no combate do teu turno e tenha respostas para antecipar o combate no turno do oponente. Eu construí o Pacifista de maneira que as ações de antecipação já viessem embutidas nos personagens, para evitar ao máximo perder minhas antecipações por causa de dano na preparação do oponente. É frustrante ver suas habilidades de antecipar caírem dos personagens antes do combate.
Uma coisa para NÃO fazer: gerar decisões difíceis para você. Você não deve jogar com Homem Radioativo, por exemplo, sem um plano para contornar o efeito dele (normalmente, basta que seus personagens tenham a afiliação Mestres do Terror). Gerar decisões difíceis para você é trabalho do seu oponente, não seu. Não ajude seu oponente a te vencer.
Terceira Conclusão: gere problemas para seu oponente sempre, e NUNCA para você mesmo! Utilize cada etapa do turno para maximizar suas chances de vitória!

5. Faça as contas
Uma forma de entregar a vitória de maneira nada brilhante é não contabilizar o dano que o  oponente tem na mesa e baixar mais personagens do que devia. Quantas partidas eu já não perdi porque não antecipei o óbvio e não contei até 15 (lembre-se sempre: 15 pontos = fim de jogo).
Essa não é a única forma terrível de perder: atacar personagens sem critérios, causando mais dano que o necessário para derrubá-los, ou esquecer de computar o escudo na hora de calcular e perder a oportunidade de derrubar um personagem, ou ainda esquecer que os personagens do oponente antecipam e derrubam um atacante seu porque você descuidou... A dica é: fique atento à partida, faça as contas, revise-as e então vá para o ataque. A matemática é sua amiga. Não perca o dano letal de vista e basta lembrar-se da regra dos 15 pontos.
Quarta Conclusão: faça as contas antes de atacar! Pense antes de agir!





6. E agora?
Às vezes o caldo entorna. A chaleira preteia e a cobra fuma. Seguindo os conselhos até agora as suas chances de vitória aumentam muito, mas às vezes simplesmente não dá pé: você precisa lidar com uma ameaça rapidamente ou o jogo vai acabar e você vai perder.
Tenha um plano B. Essa é a dica. O Pacifista raramente fica sem cards na mão, mas ainda assim ele usa dois Convocar Reforços, simplesmente pelo fato de que tudo pode dar errado e eu posso precisar buscar personagens para tentar virar o jogo. Esse é um dos motivos pelos quais também uso tantos itens mágicos: claro que eles ajudam a Feiticeira na hora da Clarividência, mas eles também permitem carregar dos recursos num personagem em jogo. Às vezes essa é a forma que eu preciso para descarregar uma Investigação de um personagem em jogo, para poder colocar outro personagem em cena e então investigar novamente. Ou porque preciso descarregar as Adagas Psíquicas de algum personagem em cena, colocando outro telepata carregando-as para causa mais dano na preparação. Ou para o caso em que eu não tenho um telepata na mão e o Olho de Agamotto quebre esse galho para mim (carregando num personagem entrando em cena com as Adagas).
Ainda assim, mesmo com planos de B a Z, a derrota acontece vez e outra. O jeito é treinar mais, rever o deck, ver aonde você pode melhorar como jogador, ver oportunidades de melhoria no seu deck, testar as mudanças e, se tudo deu certo, realiza-las. Errar é humano, e aprender com os erros é natural. Basta lembrar-se de uma coisa: permita-se errar, mas não se permita repetir sempre os mesmos erros. Supere-se. A experiência e a prática são as melhores maneiras de se aprimorar.
Quinta Conclusão: tenha outras estratégias no deck, que possam ser úteis quando tudo o mais falhar. Se ainda assim você perder, acontece; aprenda com seus erros e tente não os repetir. Prática e tempo vão fazer você chegar lá.


7. Passando a Régua
Para finalizarmos a coluna esta semana, vamos resumir a importância de cada card no Pacifista:

Gerando Recursos: Investigação Silenciosa, Entrega Especial.
Negação de Recursos: Toupeira Mecânica.
Vantagem de Cards: Tecnoassalto, Feiticeira Escarlate, Olho de Agamotto.
Preparação: Incursão Surpreendente, Vampira V2, Mago, Mulher-Aranha, Adagas Psíquicas, Retirada Estratégica, Cassandra Nova, Armadilha Reforçada, Câmara de Neutralização, Olho de Agamotto, Livro de Vishanti, Manto de Levitação, Cubo Cósmico, Armadura de Combate I.M.A. e Ziguezague.
Combate: Erosão Psiônica, Adagas Psíquicas, Cubo Cósmico, Armadura de Combate I.M.A. e Ziguezague.
Antecipação: Simbionte – Venom, Guardião, Feiticeira Escarlate, Vampira V2, Mago e Mulher-Aranha.
Plano B: Convocar Reforços.



8. Desafio da Semana
Agora sim acabamos por hoje. Lanço um desafio agora para vocês, para que eu possa entrar na próxima semana com um deck novo para comentar: enviem uma lista de deck para o meu e-mail (mennamtcg@gmail.com), descrevendo resumidamente como funciona o seu deck e o porquê de suas escolhas de cards. O deck não poderá ter personagens nem habilidades de VOO! ESSE É O DESAFIO!
Escolherei uma das listas para comentar enquanto desenvolvo o assunto da próxima semana. 

Até lá, não perca!




6 comentários:

  1. Enviei, por favor, olhe e me responda avaliando.. Mto Obrigado...

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  2. Eu procuraria espaço para dois capitão universo e tentaria deixar o 3 formiga> O esquema é sempre deixar um formiga na mão já que você esta usando 3 retiradas
    1 convocar já basta e trocaria uma invasão secreta por um investigar ruínas.O deck ta com uma boa draw e pode abrir o jogo rápido


    Eu gostei,deve estar rodando bem.Parabéns

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    1. Obrigado pelas sugestões Lucas!
      Eu já tentei usar o Capitão Universo numa versão mais antiga, e tive problemas pela quantidade de vilões que o deck rodava na época. Hoje é capaz de ser bem melhor. Vou testar!

      Concordo com usar um Convocar. Com relação a Invasão, é um pouco difícil porque é muito comum Vampira, Cassandra e Mago no metagame aqui. Já testei Investigar Ruínas, é boa, mas o deck não precisa realmente. Tenho conseguido comprar cartas o suficiente para "cavar" o deck atrás dos itens. Mas é claro, não é uma ideia que eu descarto.

      Novamente, obrigado pelas sugestões e continue acompanhando a coluna! Abraço.

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  3. Parabéns pela matéria!

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    1. Valeu Paulo!
      Continue nos acompanhando que em breve teremos mais ;)

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